- Em Setembro de 2012, Armando Guebuza era reeleito Presidente da Frelimo com 98,7% dos votos. Além da legitimidade revolucionária (combateu pela Independência e é um nacionalista da primeira linha), Guebuza foi ao Congresso de Muxara, em Pemba, com a aura de “líder visionário e guia incontestável”. Mesmo assim, o candidato único à sua sucessão não arrecadou 100% dos votos dos congressistas. Pelo menos 23 delegados votaram em branco, dos cerca de 1.900 que foram chamados às urnas. Um aviso de que o “guia” era contestável.
Filipe Paúnde, à época homem de mão de Guebuza, foi reconduzido para o cargo de Secretário-geral do Partido com 94% dos votos. As análises que eram feitas a partir de Muxara indicavam que o então Presidente do Partido tinha saído do X Congresso politicamente reforçado, pois tinha conseguido montar o Comité Central e a Comissão Política à sua imagem. Controlando os principais órgãos de gestão da Frelimo, acreditava-se que Guebuza tinha poder suficiente para ensaiar um terceiro mandato na Presidência da República ou, no mínimo, influenciar a escolha do seu sucessor