SOU JOVEM: Mais de Setenta Jovens Participam na Sessão Inaugural do Programa de Formação Sobre Liderança e Desenvolvimento Organizacional

  • Setenta e cinco jovens das diferentes províncias do país participaram, esta quinta-feira, 5 de Setembro de 2024, na primeira sessão temática online no âmbito do Programa de formação sobre Liderança e Desenvolvimento Organizacional para Organizações Lideradas por Jovens. Com o tema “Comunicação Estratégica e Advocacia para Organizações Lideradas por Jovens”, a sessão foi facilitada pelo Prof. Sérgio Langa, comunicólogo com mais de 20 anos de experiência na área.
    O programa é realizado no âmbito do projecto “SOU JOVEM”, implementado pela Plan International e pelo CDD, com o financiamento da União Europeia (UE) e da Plan International Finlândia.

Com a duração de aproximadamente duas horas e meia, a sessão reuniu, virtualmente, jovens oriundos de diversas regiões do país. Particular destaque vai para participação massiva dos líderes de organizações beneficiárias do projecto SOU JOVEM e os jovens dos Youth Hubs do CDD. A sessão foi facilitada pelo Prof. Sérgio Langa, uma referência na área de comunicação.

Na sua apresentação, o Prof. Langa iniciou com uma abordagem sobre a necessidade de realizar um “clipping” ou análise situacional antes de qualquer intervenção de comunicação. Esse processo permite que a organização e o consultor de comunicação compreendam como estão posicionados na esfera pública, servindo de base para qualquer futura intervenção.

Subsequentemente, Langa destacou a importância da Análise SWOT/FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças), frisando a relevância de identificar os factores positivos e negativos tanto no ambiente interno quanto externo. Segundo explicou, é crucial aproveitar e reforçar os pontos fortes, ao passo que, com base nos factores negativos, especialmente os externos, novas estratégias podem ser definidas.

“Uma comunicação externa eficaz depende de uma comunicação interna saudável”, frisou, explicando a importância de manter uma boa comunicação entre os colaboradores das organizações como um dos condicionalismos para melhor comunicar com outros stakeholders.

Referindo-se aos objectivos do plano de comunicação, Langa destacou uma ampla gama de possibilidades, dependendo da natureza das diferentes actividades. Entre os exemplos mencionados estão: assegurar que a comunicação seja acessível ao público em geral, promover a proactividade comunicativa, fortalecer as relações com a imprensa, desenvolver símbolos e materiais de identidade visual para reforçar a imagem pública da organização, além de aproveitar datas comemorativas para realizar outras acções de comunicação.

Quanto às limitações, observou que nem todos os custos de produção dos diferentes conteúdos elencados no plano de comunicação podem ser quantificados com precisão, o que pode representar um desafio ao implementar o plano.

Langa seguiu apresentando a metodologia de implementação de um plano de comunicação, estruturada em quatro etapas fundamentais: a formalização, que inclui a proposta, aprovação, assinatura do contrato e definição da equipa; desenvolvimento do plano, que começa com uma reunião inicial, passando pelo briefing, à elaboração do plano e a sua aprovação; implementação efectiva do plano e, finalmente, o fluxo de trabalho, que envolve ajustes na estratégia e análise de resultados.

Subsequentemente, debruçou-se sobre os resultados esperados no âmbito de um plano de comunicação. A emergência de uma esfera pública bem esclarecida sobre os assuntos da organização, a redução de fake news, o desenvolvimento de uma boa relação com os media, uma identidade visual bem consolidada, entre outros, são alguns dos exemplos avançados.

Explorando a identificação do público-alvo e dos media, Langa recomendou uma segmentação baseada em evidências. Os principais públicos-alvo incluiriam a comunidade, o governo, parceiros e líderes de opinião, enquanto os media seriam divididos em audiovisual, multimédia, impressos e rádio.

Langa reforçou a necessidade de mapear os canais de comunicação existentes, seleccionando aqueles que melhor se alinham com a natureza do trabalho das organizações. Além disso, apontou o cronograma de actividades como um elemento crucial no desenvolvimento da estratégia de comunicação, destacando a necessidade de priorizar as acções, classificando-as como urgentes ou normais.

O Media Roadshow foi outro ponto importante destacado ao longo da formação, assim como a necessidade de investimento em media training, nas suas duas componentes.  A primeira, voltada para gestores e porta-vozes, cobrindo habilidades de discurso público, construção de imagem e técnicas para lidar com fake news e fact-checking. A segunda, destinada aos especialistas em comunicação, focando na formulação de estratégias de comunicação.

Concluindo a sua apresentação, o facilitador destacou a importância de um departamento de comunicação forte e sustentável, e a necessidade de um plano de gestão de crise, composto por quatro etapas: prevenção, preparação, resposta e recuperação.

 Esta foi a primeira de uma série de quatro sessões a serem organizadas no âmbito do programa de formação sobre “Liderança e Desenvolvimento Organizacional em Organizações Lideradas por Jovens”. Os temas têm como base os resultados da avaliação das necessidades e competências e a consulta aos jovens líderes. Espera-se que estas sessões criem oportunidades para os participantes adquirirem conhecimentos sobre temas específicos, partilhem informações e experiências e aprofundem a sua compreensão sobre questões de interesse dos jovens e prioridades da União Europeia.

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