A Polícia da República de Moçambique (PRM) ainda não devolveu o telemóvel da Jornalista e Activista Social do Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD), Sheila Wilson. O telemóvel ficou retido na 4ª. Esquadra, na cidade de Maputo, para onde Sheila Wilson foi levada depois de ser sequestrada pela Polícia na noite de terça-feira, 4 de Junho, em Maputo.
Aquando da sua libertação na manha de 5 de Junho, a Polícia fez um termo de entrega do telemóvel que chegou a estar nas mãos da Jornalista e Activista, mas, a seguir foi recolhido pela Polícia, alegadamente para investigações, o que é estranho, pois não nos parece que haja espaço para qualquer investigação, tendo em conta que a jornalista está a fazer o seu trabalho.
O CDD exige que a Polícia devolva o telemóvel da Sheila Wilson, porque para além de ser um objecto pessoal e privado, é um instrumento de trabalho.
Sheila Wilson foi sequestrada pela Polícia quando se encontrava a fazer uma “live” na página oficial da rede social “Facebook” do Director Executivo do CDD, o Prof. Adriano Nuvunga, reportando a situação de sofrimento a que estão sujeitos os antigos agentes do Serviço Nacional de Segurança Popular (SNASP), na sua maioria idosos, que há uma semana se encontravam acampados, sem o mínimo de condições, defronte das instalações do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), reivindicando as suas indemnizações que não recebem há mais de 20 anos.
Até hoje a Polícia não diz os motivos pelos quais levou Sheila Wilson consigo nem por que apreendeu o celular, revelando autoritarismo e aversão da corporação para com a democracia e os direitos humanos.
Depois do sequestro seguiu-se uma onda de repúdio pelo sucedido, bem como solidariedade para com a jornalista e o CDD, uma onda de solidariedade que continua até hoje.
O CDD exige a devolução do telemóvel e reitera que vai entrar com um processo contra o Estado pelos danos morais e materiais e materiais causados à Sheila e ao CDD.