- A aversão do Banco de Moçambique (BM) pela inflação é cada vez mais evidente e está a conduzir o regulador a um novo ciclo vicioso de encarecimento do custo do dinheiro no país, com efeitos adversos para economia nacional. O regulador financeiro moçambicano lidera com a postura mais restritiva na gestão dos instrumentos de política monetária ao nível da região da SADC, tendo incrementado a sua taxa de juro em 400 pontos base desde o início do ano.
Para o sufoco das empresas e famílias moçambicanas, as “equações” do BM continuam a receitar novos agravamentos do custo de crédito no país. A política monetária do BM, que já vinha sendo caracterizada como sendo demasiadamente conservadora1 , tornou-se persistentemente restritiva e penalizadora da actividade económica. Contam-se, desde o início do ano, dois aumentos significativos na taxa de juro de política monetária (taxa MIMO)2 , ambas em nome da estabilidade de preços no país.
O primeiro aumento, na ordem de 200 pontos base (pb), foi registado na sessão de Março, após passar um ano e dois meses sem sofrer qualquer alteração ao nível de 13,25%. O segundo ajuste, na mesma magnitude do primeiro, foi comunicado na quinta e penúltima sessão do Comité de Política Monetária (CPMO) em Setembro último, elevando a taxa para os actuais 17,25%, o que totaliza um agravamento de 400pb desde a primeira sessão de Janeiro.