O estabelecimento da rede decorreu numa cerimónia que juntou dezenas de defensores de direitos humanos na tarde de terça-feira, 6 de Outubro, e que serviu para homenagear Anastácio Matavele, activista assassinado na Cidade de Xai-Xai por agentes da PRM, no dia 7 de Outubro de 2019, em plena campanha eleitoral.
“Este evento é organizado pelos companheiros de luta de Anastácio Matavele. Lançamos hoje a Rede Nacional dos Defensores dos Direitos Humanos e o relatório sobre o julgamento do ´Caso Matavele´. Queremos usar o relatório como instrumento de advocacia”, disse Adriano Nuvunga, Director do CDD, nas notas de boas-vindas.
A formalização da rede é resultado do trabalho que vem sendo desenvolvido desde 2019 pelo CDD em parceria com a Rede de Defensores dos Direitos Humanos da África Austral (SAHRDN, sigla em inglês) – de que Adriano Nuvunga é membro do comité de direcção, e conta com o financiamento da OSISA.
“A rede não é do CDD. O trabalho do CDD termina com o estabelecimento da rede. A rede vai ter vida própria, o seu logotipo, a sua identidade. A rede não é das organizações da sociedade civil, a rede não é das pessoas que trabalham e recebem dinheiro dos doadores. A rede é inclusiva e abrangente”, clarificou.
A activista Graça Machel fez um comentário sobre as recentes denúncias de violação dos direitos humanos em Cabo Delgado: “A rede veio em tempo oportuno: temos situações de guerra no centro e norte do País. É necessário que a rede contribua para que se entenda que se é verdade que a guerra é sempre cruel, também é verdade que as instituições do Estado nunca se devem colocar em pé de igualdade com aqueles que agridem o nosso povo, aqueles que massacrem o nosso povo”.
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