Jovem acusado de assassinar João Chamusse condenado a vinte anos de prisão

Elias Ezequiel Ndlate deverá indemnizar a família do jornalista em 350.000,00 meticais

O Tribunal Judicial da Província de Maputo condenou hoje, sexta-feira, 27 de setembro, a uma pena de 20 anos de prisão, o jovem Elias Ezequiel Ndlate, apontado pelo Ministério Público como o autor material do assassinato do jornalista João Chamusse. O Tribunal decidiu ainda que o réu deve pagar uma indemnização de 350.000,00 meticais à família do malogrado.

No julgamento havido em 27 de Agosto, Elias Ezequiel Ndlate (o único arguido no processo), que confessou ser o autor material do crime, disse que tinha cometido o crime a mando de uma mulher chamada Anabela Sitoe, funcionária do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral no distrito da Katembe, supostamente ligada ao partido Renamo. O Tribunal ilibou Anabela Sitoe por falta de provas.


Elias Ezequiel Ndlate teria dito, em sede do julgamento, que cometeu o crime a troco de 50.000,00 meticais. Segundo o agora réu, Anabela Sitoe teria supostamente comprado bebidas para si e o teria instigado a tirar a vida do jornalista e roubar o seu computador. Anabela Sitoe é esposa do proprietário do estabelecimento onde Chamusse se encontrava a conviver com amigos, nas redondezas da sua residência.

João Chamasse foi assassinado na madrugada de 14 de Dezembro, na sua residência, no distrito da KaTembe, município da cidade de Maputo. Chamusse teria sido despido, torturado e depois assassinado com recurso a arma branca.

No local teria sido encontrada uma catana. O corpo teria sido encontrado com sinais de vio- lência e havia marcas de sangue no chão. À data dos factos, Chamusse era Director Editorial do semanário “Ponto por Ponto”. Passou por jornais como “Metical”, “MediaFax”, “Canal de Moçambique” e “Zambeze”. Nos últimos dias da sua vida era comentador na “TV Sucesso”. São os seus comentários feitos com uma linguagem clara e simples, mas incisiva (criticando a corrupção e o desgoverno) que Chamusse era aclamado por todo o tipo de público.

Nas suas últimas intervenções criticou a governação eleitoral e a fraude. Chegou a chamar “indignos” a todos os membros da Comissão Nacional de Eleições e Secretariado Técnico de Administração Eleitoral. Para Chamusse, a forma como as eleições são organizadas em Moçambique, com a certeza de quem vai vencer, é desperdício de recursos do Estado. Mais detalhes na próxima edicção do Boletim sobre Direitos Humanos.

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