Em dois anúncios de adjudicações publicados na edição de segunda-feira, 28 de Setembro, do Jornal Notícias, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável (FNDS) informa que vai gastar 634 milhões de meticais com pagamentos a sete fornecedores de bens. A compra de 2.158 motorizadas e 4.242 kits para extensionistas agrários ao preço total de 618,7 milhões de meticais suscita várias interrogações, desde logo a questão da transparência do próprio concurso público lançado pelo FNDS e a questão do uso racional de fundos públicos.
O segundo anúncio publicado no dia 28 de Setembro é referente à compra de três barcos para igual número de áreas de conservação. O FNDS adjudicou o negócio à empresa Marine Service Lda, que deverá receber um total de 15,3 milhões de meticais pelo fornecimento de três barcos.
Para lá dos preços dos barcos, este anúncio suscita um problema institucional. As áreas de conservação estão à responsabilidade do Ministério da Terra e Ambiente, pelo que não se compreende como é que uma instituição (FNDS) tutelada pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural continue a gerir projectos implementados naquelas áreas.
Esta situação reforça a ideia de que Celso Correia continua a usar o FNDS para financiar e gerir projectos que estão fora da alçada do seu Ministério, com objectivo único de manter o controlo do Governo e a alargar a sua influência dentro do Partido Frelimo.
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