- Sem surpresas, Filipe Nyusi foi reeleito ontem (domingo) Presidente da Frelimo com 100% dos votos. Uma reeleição que reflecte a “unanimidade” vigente no partido que governa Moçambique desde a Independência nacional, em 1975. Uma “unanimidade” imposta através da cultura de autoritarismo que marca a liderança de Filipe Nyusi nos destinos da Frelimo e de Moçambique. A repressão das liberdades fundamentais dos cidadãos que caracteriza o espaço cívico moçambicano também se faz sentir dentro do partido no poder.
O processo disciplinar visando expulsar Samora Machel Junior (filho do primeiro Presidente de Moçambique independente) por ter tentado concorrer a edil de Maputo através da lista de associação cívica (AJUDEM), nas eleições autárquicas de 2018; e mais recentemente a repreensão da Comissão Política contra Castigo Langa, membro do Comité Central, que pediu uma clarificação de Filipe Nyusi sobre os rumores de terceiro mandato, são apenas dois exemplos que exteriorizam a sedimentação do autoritarismo na Frelimo.