Insegurança em Cabo Delgado começa a atrair a atenção das grandes potências internacionais

O Coordenador do Bureau de Contraterrorismo no Departamento de Estado, o diplomata Nathan A. Sales, terá desembarcado ontem (quarta-feira) em Maputo com a missão de discutir com as autoridades moçambicanas as ameaças terroristas em Moçambique e na região. 

Durante os dois dias, Nathan Sales irá manter reuniões com altos funcionários do Governo para discutir os esforços em curso para combater o terrorismo ligado ao Estado Islâmico (ISIS, sigla em inglês) e a forma como os Estados Unidos da América (EUA) podem ajudar Moçambique a melhorar suas capacidades de aplicação da lei e segurança das fronteiras.

Enquanto isso, Cabo Delgado volta a ser tema de debate no Parlamento Europeu, mas desta vez ao nível da Comissão dos Negócios Estrangeiros. O debate agendado para esta quinta-feira deverá incluir uma audição ao Bispo de Pemba, Bom Luiz Lisboa, uma das principais figuras que colocou o drama humanitário que se vive em Cabo Delgado na agenda internacional.

A movimentação internacional por Cabo Delgado acontece poucos dias depois da cimeira extraordinária da Troika de Política, Defesa e Segurança da SADC que discutiu, entre outros assuntos, a insegurança no norte de Moçambique. Apesar de Moçambique ser a parte mais interessada no assunto discutido pela Troika de Política, Defesa e Segurança da SADC, o Presidente da República não viajou para Gaborone (capital de Botswana) para participar da cimeira extraordinária. 

Filipe Nyusi, Presidente em exercício da SADC, mandatou uma delegação chefiada pelo Ministro da Defesa Nacional, Jaime Neto. Sucede porém que a coordenação política da luta contra o terrorismo em Cabo Delgado é feita pelo Ministro do Interior, e o Comando Operacional do Norte é liderado pelo Comandante-Geral da Polícia. 

Informações veiculadas pelo jornal sul-africano Daily Maverick, indicam que a delegação moçambicana foi a Gaborone apresentar uma “lista de compras” e não necessariamente uma estratégia de luta contra o terrorismo que pudesse ajudar a Troika de Política, Defesa e Segurança da SADC a definir o nível da sua intervenção. Depois de apresentar a lista das necessidades de Moçambique, o Ministro da Defesa Nacional terá abandonado o encontro onde estavam os Presidentes de Botswana; África do Sul; Zimbabwe; República Democrática de Congo; Malawi; e o vice-Presidente da Tanzânia. 

Leia mais: Insegurança em Cabo Delgado começa a atrair a atenção das grandes potências internacionais

Previous Youth Hub de Pemba e Montepuez capacitam jovens que trabalham na assistência aos deslocados