- Antigos governantes, juízes conselheiros, mais um antigo PGR, ocuparam o espaço que outrora funcionou o Mercado de Peixe de Maputo. O espaço é reclamado pelos antigos vendedores que, durante mais de 35 anos, ocuparam por boa-fé e desenvolveram as suas actividades de venda de mariscos. O que esses coitados vendedores não sabem é que o espaço está nas mãos de figuras influentes nos corredores da justiça, pelo que qualquer batalha judicial está condenada ao fracasso.
- lA elite que está a desenvolver um projecto imobiliário (prédio para habitação e comércio) conta com a protecção do Município de Maputo, que por diversas vezes veio a público defender que não há lugar a compensações para os antigos vendedores. A Polícia, por sua vez, tem feito o seu máximo para impedir manifestações pacíficas dos antigos vendedores que reivindicam direitos adquiridos sobre o espaço.
No local onde durante décadas funcionou, em moldes informais, o Mercado de Peixe de Maputo, está a nascer um projecto imobiliário, cujas obras iniciaram em Maio de 2022 e terminam em Maio de 2024. O prédio habitacional e comercial, que fica a poucos metros da Marginal de Maputo, é detido pela Cooperativa Vila Praia, Lda, uma sociedade por quotas constituída em Maio de 2020, com um capital social de 500.000 Meticais.
A Cooperativa Vila Praia, Lda tem 10 sócios, cada um com uma participação equivalente a 50.000 Meticais. Se por um lado não constitui novidade que o espaço disputado pelos antigos vendedores tinha sido atribuído à elite da Frelimo, por outro não deixa de ser surpreendente a presença de antigos membros de Governo, juízes conselheiros (no activo e retirados), antigo Procurador-Geral da República e académicos na estrutura accionista da Cooperativa Vila Praia, Lda.