Jovem de 21 anos de idade fica sem memória e sem poder falar e andar depois de ser agredido por agentes da PRM afectos à 9.a Esquadra de Mathlemele

Agentes da Polícia ainda não identificados, com recurso a cacetetes e pontapés, agrediram um jovem de 21 anos de idade na Esquadra de Mathemele, no município da Matola, província de Maputo. Os factos ocorreram no dia 29 de Março do ano em curso.

O jovem Dérnio Cumbana, juntamente com seu primo, de nome José Nicolau, saíram até ao mercado da Matola Gare com a intenção de se divertirem. No entanto, enquanto se encontravam no referido mercado, foram interpelados por dois indivíduos que os acusavam de terem furtado seus telemóveis, tendo-os levado até à 9.ª Esquadra da PRM em Mathlemele.

Chegados na Esquadra em alusão, os agentes da Polícia procederam à revista aos dois jovens e não puderam apurar a veracidade dos factos alegados pelas supostas vítimas do furto de telemóveis.

Insatisfeitos com o insucesso da revista, os agentes da Polícia, sem qualquer fundamentação, mantiveram Cumbana e Nicolau sob custódia. De seguida, os agentes da PRM afectos à 9.ª Esquadra de Mathemele torturaram gravemente os jovens com recurso à cacetete e a pontapés, agora alegando que os moços estavam embriagados.

Não suportando a tortura a que foi submetido, José Nicolau teria ficado imediatamente inconsciente. Contudo, os agentes da PRM continuaram a agredir brutalmente o jovem Dérnio Cumbana até às primeiras horas do dia seguinte, isto é, manhã do dia 30 de Março, tendo então os agentes da PRM liberado os jovens. Entretanto, nesse período, Cumbana já estava num estado bastante debilitado, tendo os seus familiares o levado ao hospital.

Os pais dos jovens torturados aproximaram-se da Esquadra onde ocorreram os factos para apurar o que havia acontecido. Todavia, não tiveram sucesso, pois os agentes que ali se encontravam se recusaram a dar informações sobre quem havia agredido os seus filhos, tendo apenas aberto um auto e os mandados para o hospital.

Note-se que no hospital foram feitas análises à vítima, tendo os médicos declarado que o jovem de 21 anos havia perdido memória devido à agressão e que a possibilidade de a recuperar estava prevista para dali a 3 meses.

Refira-se que, decorrente da agressão brutal sofrida, a vítima está neste momento impossibilitada de andar e falar e depende de terceiros para se locomover, sem descurar o facto de que não reconhece as pessoas que o rodeiam devido à perda da memória.

O CDD está neste momento a preparar uma queixa-crime de modo a submetê-la às autoridades competentes por forma a exigir a responsabilização criminal e civil dos agentes da 9.ª Esquadra que na data dos factos estiveram naquela unidade policial e que por acção ou omissão cometeram ou permitiram a agressão bárbara contra Dérnio Cumbana.

 

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